terça-feira, 30 de junho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Para ser Grande

Para ser grande, sê inteiro: nada
teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
(Ricardo Reis)

Ricardo Reis

O espelho reflete certo; não erra porque não pensa.
Pensar é essencialmente errar.
Errar e essencialmente estar cego e surdo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Receita de Mulher

Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
Vinícius de Moraes

Livro: Antologia poética

Resenha:
Poucos poetas brasileiros aliaram grande refinamento estético a uma enorme popularidade como Vinicius de Moraes. Seus versos marcaram a literatura brasileira ao longo de mais de cinqüenta anos, e alguns deles são conhecidos de cor até mesmo por pessoas pouco habituadas à leitura de poesia. Esta antologia poética, organizada e apresentada pelos poetas e críticos Antonio Cícero e Eucanaã Ferraz, é um olhar contemporâneo sobre uma das obras mais influentes da poesia brasileira.

Amor Maior

Amor Maior
Jota Quest
Composição: Rogério Flausino

Eu quero ficar só
Mas comigo só
Eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho só
Não é possível...
É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro prá fora
Amor que eu desconheço...
Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Quero um amor maior!
Um amor maior que eu...
Então seguirei
Meu coração até o fim
Prá saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Prá saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor!
Prá saber se é amor
Se é amor

Soneto de Fidelidade


Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maio encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Ajudando a fazer economia

Depois de voltar da reunião de pais e sabendo do baixo rendimento de seu filho, João diz ao menino:
- Não sei se você se dá conta que seus estudos me custam uma fortuna!
- Nossa pai! Imagine só! Sou um dos que menos estudam!Coitados dos outros pais!

Oportunidade perdida

A escola leva os alunos até uma delegacia para que eles aprendam como a polícia trabalha.
Joãozinho vê um cartaz com fotos dos assaltantes mais procurados. Ele aponta para uma delas e pergunta:
- Esse bandido é realmente perigoso?
- É sim, filho-responde o policial.- Os investigadores estão procurando por ele já faz oito meses.
Curioso, Joãozinho pergunta:
- Por que vocês não prenderam quando tiraram a foto?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Amor

"Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."
(Paulo Leminki)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Triste Fim de Policarpo Quaresma


"De tudo que há nacional, eu não uso estrangeiro!" Com essa máxima, Policarpo Quaresma se define. É o herói do Brasil pré-modernista. Primeiro na cidade, depois no campo e, por fim, na guerra, Policarpo tenta levar adiante seus ideais de independência cultural, econômica e política. Entretanto, por todo lado só encontra comodismo, egoísmo e mediocridade. Transformado em quadrinhos por Lailson de Holanda Cavalcanti, Triste fim de Policarpo Quaresma apresenta uma crítica bem-humorada - e, por vezes, dramática - da sociedade recém-republicana do início do século 20.

Mais diversificado

Scott e Ryan são irmãos. Estudam na mesma escola. Ao final do bimestre, quando entregaram os boletins, ambos foram embora felizes e brincando.
Ao chegar na casa eles mostraram os boletins ao pais e estes começaram a paparicar Scott. Ryan, que é o filho mais velho, resmungou:
- Não sei por que tanta animação com os As dele. Eu tirei todas as outras letras!

um mundo a parte

Um mundo a parte!
Tudo começou quando a notícia chegou trazida pela boca de um menino.
- Jogaram um montão de revistas lá na rua de baixo!
Fui correndo muito animado nem sabia por que, pois nunca tinha lido uma revista (até porque não sabia ler, mas mesmo assim fui. Eram muitas mesmo...
Voltei pra casa correndo todo entusiasmado querendo ler todas, mas aí estava o problema, não sabia ler...
Ainda bem que revista é composta por imagens e letras uma junção perfeita. Lia somente as imagens.
Não entendia porque meu coração batia mais forte toda vez que pegava uma revista.
E quando aprendi a ler ainda tinha as revistas, então, fui lendo todas, descobrindo o que tem de especial em lê-las. Pois elas te levam para outro mundo, um mundo a parte...

Pedro Gustavo Moreira

quarta-feira, 17 de junho de 2009

De manhã.... Colégio.

De manhã,o pai bate à porta do quarto do filho e grita:
- Acorde, meu filho! Está na hora de você ir ao colégio.

Então o filho, sonolento, diz ao pai, resmungando:
- Ah, pai... Hoje eu não vou ao colégio por três razões:
  1. porque estou morto de sono;
  2. porque detesto aquele colégio;
  3. porque não aguento mais aqueles moleques!

E o pai responde lá de fora:

- Você tem de ir por três razões:

  1. porque tem um dever a cumprir;
  2. porque já tem 45 anos;
  3. porque você é o diretor do colégio.!.

Aula de estudos sociais

Durante uma aula de estudos sociais, ensinei meus alunos da 3ª série sobre as leis de libertação dos escravos. Dentre elas a Lei do Ventre Livre, que libertava os negros nascidos a partir daquela data, e a Lei dos Sexagenários, que libertava todos que tivessem mais de 60 anos de idade.
Imaginem a minha surpresa quando, corrigindo as provas, deparei com a seguinte resposta: "A Lei do Ventre Livre libertava os bebês com mais de 60 anos."

terça-feira, 16 de junho de 2009


O primeiro disco de vinil com meu pai


O primeiro disco de vinil com meu pai


“Eu não sei viver sem som. Não ligo para ver TV, minha companhia é a música, mais até do que a literatura. É algo que me comove, estimula e sensibiliza”.
Fernanda Montenegro


Antes mesmo de ouvir o primeiro disco de vinil que comprei em minha vida, o “Led Zeppelin – IV”, já havia lido tudo sobre ele. A música é para mim, além de entretenimento, diversão e inspiração: reflexão. Tinha eu quinze para dezesseis anos (sim, comecei minha amada coleção muito tarde). Cheguei em casa com o disco e o guardei num espaço com um vão livre onde caberiam outros cem. Não tinha, veja só, ainda aparelho de som (sim, comprei discos antes de comprar o aparelho para tocá-los); e quando finalmente o comprei, tinha já outros dois: “Killer of Giants” do Ozzy Osbourne e o “primeiro” da Legião Urbana. Ouvir pela primeira vez o disco do Led Zeppelin inteiro em casa foi então um ritual.
Chamei meu pai, interrompi a novela e pedi atenção. Ele a principio não queria ouvir, preferia assistir a novela das seis, a única que ele acompanhava já que tinha que estar no bar no horário das outras, mas insisti e ele cedeu. (eu era caçula, afinal).
Coloquei pra tocar no volume seis e olhei para ele já explicando que “Black Dog”, a primeira música era um verdadeiro pilar do Heavy Metal e ele fez uma careta. Ele, logo ele, que gostava de cururu. Não voltei a olhar para ele no restante da música... Torci para que ela terminasse logo. Na segunda, “Rock and Roll”, comentei que o nome já dizia tudo. A expressão dele estava séria. Comecei a imaginar que por trás do esforço pra me agradar estava a esperança de que aquilo passasse logo.
Minha alegria e salvação foi o toquinho inusitado da terceira canção que eu nunca tinha ouvido: “The Battle of Evermore”. Ele abriu um sorriso e disse “bonita essa música...”. Sim, essa canção possui um lirismo universal. Qualquer ser humano em seu juízo perfeito pode até ao ouvi-la, sentir certa estranheza, mas dificilmente considere feia.
Fazer meu pai gostar do que gosto e compreender para se tornar, antes de tudo, um cúmplice dentro de casa era um dos meus objetivos e a próxima música que fecha o lado A desse disco era para mim a certeza de que eu conseguiria esse intento. Mas “The Batle of Evermore” estava tocando ainda quando “seu” José Florentino comentou: “parece viola isso aí...”.
Respondi com sinceridade que não sabia. Estava afinal de contas ouvindo pela primeira vez também e ele saiu-se com essa, “engraçado, compra esse negócio aí às escuras e justo a música que não tinha ouvido ainda, é a mais bonita...”. Essa canção prepara os ouvidos para o maior clássico do Led, “Stairway to Heaven”, mistura vozes e sons diferentes de guitarra. Mas a consagração dessa experiência que se tornou inesquecível veio com a canção, que se inicia lenta fazendo uma analogia com a vida que também engatinha para depois aumentar a velocidade. A caminhada para o céu é feita de erros, muito mais que acertos e isso é o que faz com que a gente não se desligue de uma intensa procura pelo nosso melhor. A música já escolhida na Inglaterra como a mais linda de todas numa dessas votações na internet fez meu pai abrir um grande sorriso. “Esses homens tocam mesmo!”, disse ele se rendendo de vez.
Sentei-me ao lado do meu pai no sofá para ouvir o lado B. “Misty Mountain Hop” com sua batida de bateria inconfundível. “Four Sticks” com seus riffs de guitarra que passariam a ser copiados pelas bandas grunge dos anos noventa. Ouvimos calados, com meu pai com a testa franzida de quem prestava realmente atenção.
“Going to California”, a balada definitiva embalou uma conversa inesquecível. Meu pai quis saber mais alguma coisa a respeito daquele grupo musical. Contei a ele que o Led Zeppelin foi formado simplesmente pelo melhor baixista de estúdio de sua época, John Paul Jones; um dos melhores guitarristas que havia tocado com Jeff Beck e Eric Clapton num outro grupo, o Yardbirds, o Jimmy Page; um vocalista com agudos sobrenaturais de nome Robert Plant e um baterista com uma levada original que morreu precocemente contribuindo para o fim da banda, John “Bonzo” Bonham. Ouvíamos agora a última música, o petardo “When the Levee Breaks”.
Meu pai falava que a música bem feita precisa de bons músicos e falou que Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico e outras duplas caipiras fizeram tanto sucesso porque além de cantarem bem tocavam muito.
Engraçado que me lembro como se fosse hoje esse dia e isso foi há uns vinte e dois anos mais ou menos. Nunca vou esquecer que meu pai depois disso passou a me entender mais. Que o rock’n roll não é só música, entretenimento e sim um estilo de vida, uma postura diante das coisas da vida. Entender isso rejuvenesceu meu pai e fez dele alguém que me deu o maior orgulho.
Se hoje sou o que sou, muito devo a esse dia.

Marco Antonio de Almeida (prof. Marquinho)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Feriado!

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Recados animados

A invenção do beijo

A invenção do beijo

Numa época terciária e cenozóica a mulher de neanderthal (sim, não existia apenas o homem de Neanderthal), esfomeada, insatisfeita, infeliz, lamuriou-se através de grunhidos com seu parceiro, que atabalhoadamente decidiu sair à caça.
Ele, embrenhando-se na floresta deu de cara com um mamute de tamanho médio e com uma estaca em sua mão o enfrentou. Venceu com algum custo e soltou um berro primata e primário de algo parecido com alegria. Carregou com certa sofreguidão, em seu ombro arcado o pesado animal.
Passou pela lagoa, banhou-se e lavou a carcaça do futuro alimento... Foi por impulso que puxou com força a cabeça até arrancá-la do resto do corpo do bicho... Comeu frutos silvestres encontrados próximos e prosseguiu quebrando com violência os membros do mamute... O tempo era todo dele, não existia pressa, não existia calma. Não existia sentimento. Nem sei se existia algum raciocínio... Existia fome e a mulher tinha muita fome. O homem também, mas primitivamente a fome da mulher que repousava na caverna era para ele, mais importante. De uma importância estranha que ele também não entendia.
A carne do mamute foi o alimento de várias luas e de vários imprecisos instantes.
Os dois comiam lado a lado e ao cair da escuridão, deitados também lado a lado acabavam em dias frios esquentando um ao outro. Havia algo... Entretanto, nenhum dos dois compreendia.
E aconteceu que a carne do mamute chegou ao fim, sobrando um naco...
E o naco tinha uma aparência muito boa... Estava dando sopa na pedra polida no fundo da caverna. Os dois sem entenderem nada ficavam esperando um sinal qualquer... A mulher já naquele remoto tempo era mais criativa e tinha mais iniciativa e não perdeu a oportunidade que se apresentou... Pegou com rapidez o pedaço de carne e o colocou na boca iniciando a mastigação.
Instintivamente, eis que o que se deu foi inesperado, inusitado e incrível: o homem agarrou a cabeça da mulher com quase a mesma força com que arrancou a do mamute e foi em busca do naco de carne com sua boca na da mulher. Como a carne se encontrava já bem mastigada, ele enfiou a língua na boca dela e tentou resgatar a carne na boca da mulher.
As duas línguas se enlaçaram e se enfrentaram.
Ele conseguiu pegar alguns pedacinhos que procurou carregar consigo em sua língua. E se desvencilhando da boca dela sentiu um comichão estranho que não sabia o que era. A mulher, mais esperta, como sempre, já sabia e quis repetir devolvendo a ele com sua boca e língua, alguns outros pedacinhos de carne.
E então, aquilo se transformou numa prática diária. Passaram a ter o hábito de trocarem comida pela boca e ao dormirem a noite os corpos já não precisavam do frio para permanecer agarrados.
Ninguém sabia, mas estava inventado o beijo... E por tabela, o apetite.

Marco Antonio de Almeida

(Prof: Marquinho)


sexta-feira, 5 de junho de 2009

fim de semana

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O Alienista

Chegou em nossa sala de leitura esta fascinante história, agora contada em quadrinhos.
Na história, Simão Bacamarte é um respeitado cientista que se dedica a definir as fronteiras entre a razão e a loucura. Um dia, ele decide construir um hospital para tratar dos doentes mentais da pequena vila de Itaguaí. Lá são internados aqueles considerados “anormais” - os mentirosos, os falastrões e os vaidosos. Algum tempo depois, para surpresa geral, a situação se inverte – os internos são liberados e novos critérios dizem que os leais, honestos e justos são os insanos.
O Alienista foi publicado originalmente em formato folhetim, nas páginas do periódico A Estação, entre 1881 e 1882

Agora, com esta versão em quadrinhos a história fica mais interessante...e com certeza agradará ao diverso tipo de público!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Lugar de origem
Acabei de ler uma crônica do Mario Prata em que ele sugere que devemos fazer uma visita a casa em que nascemos. Diz ele que isso dá uma sensação boa. Então, lembrei-me da casa em que nasci em Piraju e que passei já algumas vezes em frente a ela nesses pouco mais de trinta e nove anos de vida e fiquei tentando lembrar a sensação que tive.
Na primeira vez que minha irmã me contou que aquela casa velha era a casa de minha digamos, primeira infância, estávamos em um carro e não tive muito tempo de ter uma sensação, mas pensei “que casão!”.
Demorou algum tempo e quando passei novamente naquela rua em que ficava a casa, descobri duas coisas, na verdade a rua era uma ladeira (eu estava a pé com meu primo Evaldo) e ao certificar que era a mesma casa, que ela não era tão grande. Lembro-me que a sensação que tive foi de melancolia. Queria ter nascido num lugar mais moderno.
Agora, depois de muito tempo ao voltar a Piraju não encontrei minha casa mais. Mas o lugar de origem, a minha cidade eu descobri, tem tudo a ver com minha pessoa. Nem vou explicar. Quero apenas concordar que a sensação de terem demolido a casa não me fez ficar triste como imaginei. Ao contrário, veio-me aquela nostalgia boa que gosto de sentir de que as coisas mudam porque precisam mudar.
Eu mesmo não sou nem um pouco parecido com aquele menino de oito ou nove anos para quem minha irmã falou “olha lá Marco, a casa onde você nasceu “. Nem sou aquele moleque de quinze anos que teimava em ser tímido e inseguro demais. Que estranhou meu primo e não soube explicar porque se deteve tanto olhando a casa.
E se agora no lugar de minha casa se encontra um sobrado sofisticado com uma garagem em que cabem uns três carros no mínimo, a sensação que tenho é a de que eu também cresci. Não muito, você deve ter pensado. Mas evoluí e meus sonhos nunca caberiam naquela casa feia de pintura desgastada e telhado sujo pelo tempo. Talvez essa seja uma metáfora quase perfeita e eu seja bem diferente do Mario Prata, um grande cronista que admiro muito, e com certeza fico feliz por isso. Ser diferente faz diferença.
Marco Antônio de Almeida
(O prof. Marquinho)
Só mais uma de muitas

Todos os dias viajo até a escola de ônibus, nesse percurso fico a contemplar as belezas naturais da região, as árvores, as montanhas... Fico a imaginar como deve ser a vida daquelas pobres criaturas imóveis. Elas pensam? Elas agem? Ora, como poderiam? É impossível a eles, fico a me responder.
Um dia percebi que uma árvore que eu admirava não estava em seu devido local, procurei –a com os olhos , não achei. Lembrei-me dela com clareza: alta, branca, sem folhas, sem vida. Que aconteceu com ela? Quem fez isso...? Fico sem resposta.
Achava que eu a admirava com exclusividade, mas compreendi que ela já tinha visto e revisto, contemplado, amado e odiado a muitos que ali pararam ao longo de sua vida.
Senti seu fim, foi especial, pois aquela “simples árvore” guardava testemunhos de acontecimentos de muitas gerações que com o silêncio de sua morte foram arquivados.
Pedro Gustavo Moreira (aluno da 8ª série)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sucesso

Escola “Abílio Raposo Ferraz Jr.” atinge objetivo

A escola “Abílio” em que trabalho desde 1997, vem inovando nos últimos anos com seu conselho de classe participativo e informatizado. Essa medida comandada pelo diretor professor Clóvis contribuiu para trazer a família dos alunos para a escola. O que percebi nesse tempo e com essa experiência é que houve uma melhora significativa na disciplina dos alunos. A escola tem regras claras, não tolera indisciplina, os pais sabem disso e em sua maioria concordam com essa gestão colaborando para que haja um clima de cumplicidade cada vez maior entre alunos, professores, funcionários e gestores.
Qualquer pessoa ao visitar a escola percebe que existe harmonia. E novas experiências têm sido realizadas. Nesse primeiro bimestre ocorreu uma total reformulação do conselho de classe (reunião em que todos os alunos são avaliados pelos professores em conjunto num processo em que não só notas são dadas como também dificuldades e avanços são comentadas e recomendações são feitas aos pais e alunos). Porém, desta vez a maior alteração é a de que no conselho já não participam mais os pais e os alunos. Eles são chamados posteriormente em reunião marcada com antecedência e caso não possam por algum motivo participarem da reunião, direção e coordenação se dispõem a atender aos pais no decorrer da semana imediatamente posterior a ela. Na reunião apenas pais e responsáveis podem receber o boletim do aluno com as causas de eventuais dificuldades e as recomendações para que o aluno possa melhorar.
Fruto de um trabalho de persuasão e persistência, a escola comemora um feito: 100% dos pais ou responsáveis compareceram à escola para saberem a respeito da vida escolar de seus filhos ou responsabilizados. “É a primeira vez que isso ocorre em minha já longa carreira”, afirmou o diretor da escola. Agora é aguardar que realmente mudanças possam ocorrer de verdade. O ensino-aprendizagem é um dos processos mais discutidos e polemizados na história do conhecimento humano. Sempre se fala da necessidade de uma maior participação da família na vida escolar das crianças e dos jovens. O que sei é que desde que acompanho esse processo, primeiro como aluno e depois como professor é que os tempos são outros. A informação instantânea pede uma nova atitude do profissional da educação. Os pais já não têm o mesmo fôlego para cobrar de seus filhos como os pais de antigamente. Os jovens já não vêem os professores com o mesmo respeito. É próprio do novo tempo em que vivemos que a realidade da criança, adolescente ou mesmo jovem, ganha mais importância do que qualquer manual de instruções criado em gabinetes confortáveis e com ar condicionado. O “Abílio” é uma escola de periferia (periferia não significa algo feio e sim, área distante do centro); seus alunos têm realidades diferentes como toda escola. Cada período em que as turmas estudam apresenta suas suscetibilidades. Um aluno do noturno trabalhador precisa ser encarado com uma atenção diferenciada do que a do aluno do diurno que não trabalha.
Mas passos precisam ser dados, experiências precisam ser feitas, resultados precisam ser buscados e o objetivo só será alcançado com tentativas que tanto podem dar certo como não surtir efeito. O importante é tentar. Uma nova ação da coordenação e direção do “Abílio”, essa mais relacionada ao ensino propriamente dito é o primeiro Simulado Saresp/ENEM + Redação que será realizado com os alunos de todas as séries. Alunos de 5ª série a 8ª série do Ensino Fundamental farão com os alunos da 1ª série e da 2ª série do Ensino Médio uma prova que simula a prova do Saresp e os alunos da 3ª série do Ensino Médio, uma que simula prova do ENEM. O simulado ocorrerá no dia 16 de junho e envolverá toda a equipe escolar da escola. O objetivo é além de preparar os alunos, fazê-los acostumarem com concursos e adquirirem prática para poderem no futuro terem melhores condições para entrarem no mercado de trabalho tão competitivo.
Marco Antônio de Almeida